31.5.10

Zwkrshjistão: um celeiro de talentos

capítulo nono – esportes

Embora desde o grande Brzètktrjl Pdrtjkïe, bronze olímpico na luta greco-romana em 1964, não haja no país atletas notórios internacionalmente, os zwkrshjistaneses são esportistas entusiastas. Especialmente quando se trata da paixão nacional: o futebol zwkrshjistanês.
     É dito que o esporte nasceu em 1870 –ou talvez em 1932, ou em 1918, T'töpshjiew Weijhspöt't, um simpático senhor de memória prodigiosa, chamado o museu do futebol zwkrshjistanês, não se lembra muito bem–, quando W'szjïosk Kltr, posteriormente capitão dos imbatíveis Bárbaros de Z'zträkosk, bateu a cabeça numa partida especialmente disputada de canastra e passou a ter delírios de que era Átila, o huno.
     As partidas são jogadas num campo triangular, onde três bolas e uma senhorita são postas em disputa. Enquanto tentam aniquilar-se mutuamente, cada time defende duas das três traves. Na lógica ocidental, haveria aí um problema aritmético, mas os zwkrshjistaneses resolvem a questão com muito bom humor e ameaças de morte —frequentemente cumpridas— à mãe do juiz. Já que não há mais nenhum regulamento documentado —o único original do manuscrito de Kltr foi inutilizado devido a um desarranjo intestinal minutos antes da final do memorável campeonato regional de 1957—, as regras são bastante flexíveis. Discuti-las calorosamente leva em torno de 140 dos 158 minutos que dura uma partida, além de causar algumas baixas entre os competidores.
     Mais democrático, o dominó é amplamente praticado pela população. Recomenda-se ao turista sentar num dos bancos das belas praças concretadas da capital –vale frisar que é prudente levar guarda-chuva nas tardes de chuva ácida– e apostar algumas partida com os simpáticos velhinhos amantes do esporte. Caso perca, é possível, com algum poder de barganha, trocar um filho adolescente de boa saúde por cada cinquenta rúpias zwkrshjistanesas em dívidas. Já no caso de uma feliz vitória, fique tranquilo: não é sempre que eles se lembram de levar a cabo as ameaças de queimar seu quarto no hotel e assassinar três gerações de sua família.

28.5.10

Zwkrshjistão: um reduto da fé

capítulo oitavo – religião

O povo zwkrshjistanês é notadamente piedoso. As crianças são ensinadas desde muito pequenas a construírem suas vidas sobre as bases sólidas dos valores religiosos, como família, compaixão com os cachorros sarnentos e superstições pagãs.
     A Igreja Ortodoxa Zwkrshjistanesa gaba-se de ser a primeira religião protestante da História. No ano 439 —séculos antes de Lutero, portanto—, o bispo Kolhswç Zokrstja II desafiou o Papa ao questionar a pífia quantidade de vinho usada no rito romano e proclamou-se patriarca de uma nova igreja, calcada na abundância do sangue de Cristo. Durante uma celebração são usados cerca de oito barris de vinho canônico, quantidade que pode ser até duplicada num dia de especial congraçamento entre o reverendo e as garotas que assistem ao rito.
     Embora não haja santos na Igreja Zwkrshjistanesa, já que é impossível a alguém ser virtuoso seguindo seus mandamentos, está em tramitação o processo de canonização pré-póstuma do presidente Trçakydf, homem de reconhecida bem-aventurança.
     Vale frisar que não é de bom tom que se entre na igreja mastigando carne de mula, e espera-se que o fiel aponte para o alto seu rifle Kalashnikov caso queira externar seu ardor cristão com uma saraivada de tiros. Fique atento também ao fato de que gases podem ser eliminados somente do lado esquerdo da nave da igreja.
     Também é costume que no dia do casamento o noivo dê uma surra na noiva, com a ajuda dos padrinhos, caso necessário. Isso porque, dada a força das saudáveis senhoras zwkrshjistanesas, é inevitavelmente ele, o marido, quem apanhará durante toda a vida conjugal.

26.5.10

Zwkrshjistão: um horizonte de descobertas

capítulo sétimo – turismo

Por todo o país, o turista encontrará lindos cenários para suas fotografias. Para captar todas as nuances de tons de concreto só encontradas no Zwkrshjistão recomenda-se a compra de uma legítima Kkdak, tradicional fábrica que tem como missão humanitária conceder um novo recomeço a crianças desempregadas.
     Em visita à capital, chamará a atenção a enorme estátua do presidente Trçakydf, conhecida como o Colosso de Z'zträkosk, cuja construção foi iniciada em 1989, fruto da maior importação de concreto da história do comércio mundial. Porém, por um erro de cálculo do engenheiro-chefe, o material deu apenas para chegar até os ombros da figura. A cabeça foi construída, então, com entulho resultante da demolição da mansão do engenheiro que, desaparecido numa viagem misteriosa, generosamente deixou um testamento em favor do grande estadista.
     Z'zträkosk é uma cidade cosmopolita e cheia de vida. No centro, vicejam cafés, restaurantes de comida regional, ginásios de dominó e casas de aposta ilegal. Não se acanhe caso uma taberneira o convide para dançar uma polka –elas costumam não tolerar muito bem a recusa. Da rodoviária, o turista poderá rumar para qualquer ponto do país, mas há que ser flexível quanto a dividir seu assento no ônibus com mulas de estimação.
     Descendo as encostas acidentadas do monte Zwkrshj, onde em 1973 foi batido o recorde mundial de fraturas expostas de alpinistas em 24 horas, você chegará à bela e jovem Çwsjya'h, capital zwkrshjistanesa dos esportes radicais. Já viajando em direção ao norte, as estepes vermelhas de Çakrtr são o cenário ideal para férias românticas, sendo as aconchegantes tendas de fibra de urtiga muito procuradas por casais em lua-de-mel. A paisagem bucólica do planalto de T’äktrhjt é a opção mais acertada para piqueniques em família e pactos suicidas.

24.5.10

Zwkrshjistão: um oásis de prosperidade

capítulo sexto - economia

Inflação galopante, desvalorização cambial e outros termos negativos dos economês parecem não abalar o otimismimo dos zwkrshjistaneses, povo alegre e despreocupado com o futuro. Em termos de mercado financeiro, a rúpia zwkrshjistanesa mostra-se uma moeda extremamente versátil, especialmente quando se trata de calçar mesas bambas.
     Superando os anos de crise –os invernos rigorosos no hemisfério norte têm prejudicado a outrora forte indústria de tinta para pintura a dedo–, atualmente o espírito arrojado do presidente Tzawsëj Trçakydf impulsiona o Zwkrshjistão para o mundo desenvolvido. O país desponta na conversão de urânio radioativo em lâmpadas de abajur e na impressão de baralhos estampados com mulheres nuas. Também não é exagero dizer que, muito em breve, todos as crianças fumantes do mundo terão ao menos uma piteira infantil do simpático ratinho Mlckëy.
     A política do Estado é não interferir na economia. O presidente Trçakydf evita estatizar as empresas privadas, exceto quando elas conseguem mais de 10% de lucro ao ano. A taxa de desemprego pode chegar, no caso de derrota do time de coração do Ministro do Interior, à casa dos 80%.
     A administração do Banco Central Zwkrshjistanês fica por conta do ministro Hwszhjk Trçakydf, alfabetizado pela Escola Primária de Z'zträkosk. O BCZ, por sua vez, é financiado em grande parte pelo Conselho dos Agiotas de Tblïshjkra, que pratica taxas amigáveis de juros quando se trata de projetos estatais.
     Nos lares de todo o país, o praticado é que não se comprometa mais do que três quartos do orçamento mensal em apostas de jogo ou vodka de cebola. Também é considerado de bom tom –e evita problemas dentários– pagar 97,8% de juros caso se pegue, numa emergência familiar, dinheiro emprestado de algum parente próximo. Uma filha caçula com bons dentes também costuma ser de grande valia nas negociações de dívidas mais corriqueiras.

19.5.10

Zwkrshjistão: um baluarte da democracia

capítulo quinto – política e relações internacionais

O Zwkrshjistão é uma república democrática, até segunda ordem do presidente Tzawsëj Trçakydf. Sua Excelência está já em seu oitavo mandato e tem mostrado sinais sutis de que vai, num gesto de sacrifício e abnegação pessoal, ceder ao apelo popular e aceitar o desafio de uma nona gestão no ano que vem.
     O presidente Trçakydf é muito conhecido por sua popularidade junto aos jovens. Promove, anualmente, o Concurso Pequeno Ditador nas escolas primárias do país. O vencedor ganha todas as despesas de exílio perpétuo pagas na Sibéria, como forma de assegurar que não liderará uma revolução no futuro.
     Homem de espírito paternalista e protetor, o presidente dá preferência a secretários, ministros e funcionários de sua família, ainda que nenhum deles tenha o ensino primário completo. A primeira-dama, a elegante e roliça madame Ïkrsfglja Trçakydf, passa onze meses ao ano em spas, escolhidos a dedo pela sua mãe e mantidos com dinheiro público. Correm boatos de que não é por coincidência que, nos breves períodos em que ela vive no palácio presidencial, o presidente apareça em público com um dos olhos roxo.
     Devido a um mal-entendido envolvendo um espião –o serviço secreto zwkrshjistanês é um dos mais eficientes do mundo, tanto que não existem informações sobre ele– e os freios da limusine de um alto diretor da Onu, o Zwkrshjistão não é parte da organização. E, como ninguém tem interesse no seu queijo coalhado de leite de mula e toda produção de vodka de cebola é consumida internamente, não participa dos grandes tratados comerciais.
     Sendo uma nação pacífica e que abomina a luta por motivos mesquinhos, o Zwkrshjistão não se envolveu nas Guerras Mundiais ou quaisquer campanhas internacionais, exceto pelo massacre de Zznhshjk, em 1973, quando cento e cinquenta mil crianças e idosos foram mortos em virtude de um resultado controverso nas quartas de final da série B do campeonato regional de futebol zwkrshjistanês.

(Nota: a pedido do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Tzawsëj Trçakydf, o último parágrafo foi suprimido da corrente edição.)

18.5.10

Zwkrshjistão: uma janela para as glórias passadas

capítulo quarto - breve história

Os mais velhos contam que, muito antes de existir a vodka de cebola, a Grande Mula das estepes vermelhas, mãe de todos os animais de carga do mundo, já muito velha, levava um carregamento de bigornas especiais para o Gambá Ferreiro. Ao chegar numa encruzilhada, deu à sua frente com duas cordilheiras: uma linda como jamais havia visto e uma outra não tão assim atraente. A Venerável Mula decidiu, então, seguir para a mais bonita, maravilhada com a ideia de aposentar-se num lugar tão fabuloso e com vista para o mar. O fato é que o Zwkrshjistão era a outra cordilheira, e o Gambá procura suas bigornas até hoje, o que explica porque os ferreiros sentem um odor característicos nas oficinas em noites de lua cheia.
     Lendas à parte, o Zwkrshjistão é uma nação relativamente jovem, o que explica em parte seu espírito descontraído e vanguardista. Somente por volta do século V d.C. foi que o grande explorador Kfgr, para descobrir a razão por que as caravanas de prisioneiros hunos costumeiramente sumiam naquele ponto desconhecido do mapa, empreendeu viagem a essas terras. Tendo descoberto o paredão de pedras cortantes de Kfgr, sempre coberto por uma névoa que impede o viajante de ver onde pisa, o intrépido explorador soube o motivo dos desaparecimentos e ganhou, além da alcunha de "o aleijado", o título de descobridor da bela depressão zwkrshjistanesa.
     Às margens do pântano L'l, porém, alguns descendentes renegados dos nômades das estepes vermelhas de Çakrtr tratavam de, através de casamentos consanguíneos, moldar as saudáveis gerações que se tornariam no belo povo zwkrshjistanês. A sucessão dos líderes tribais correu normalmente–de acordo com a tradição, o pai deixa o poder para o sétimo filho homem de sangue AB negativo–, até que, no episódio da Madrugada das Princesas Virgens, conde Iïejshjrtzws, o fanho, unificou o poder e deu início a uma monarquia marcada pelo forte espírito nacionalista e pelos envenenamentos por cianureto.
     Esse regime durou séculos até que o presidente Trçakydf, no Ato Libertário de Jtrwsh, deu início ao atual e progressista regime zwkrshjistanês. Sua Excelência tomou posse em 1976, quando o antigo rei, sua família, seu primeiro ministro, seus conselheiros, sua guarda real e seu hamster de estimação vieram a falecer num lamentável acidente. Desde então, vem sendo reeleito sucessivamente com absoluto apoio popular.

14.5.10

Zwkrshjistão: uma joia ignorada pelos atlas

capítulo terceiro – geografia

Situado na Ásia central, na região do Paquistão, Quirguistão, Curdistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Afeganistão etc, o Zwkrshjistão é uma jóia engastada na bela e radioativa cordilheira de Zwkrsh. O país é uma grande depressão envolvida por todos os lados por um emaranhado instransponível de montanhas, penhascos e chaminés de usinas de beneficiamento de urânio.
     A capital, Z'zträkosk, foi planejada por urbanistas para estar exatamente no centro da depressão, trezentos metros abaixo do nível dos paredões da cordilheira. Por essa razão venta muito pouco lá e as temperaturas podem atingir, durante o dia, a casa dos 50 graus Celsius.
     A maior parte da população zwkrshjistanesa vive na capital Z'zträkosk ou no eixo urbano entre as aldeias de Blzÿkrshtjr e Tblïshjkra. Ao norte, no planalto de T´äktrhjt, encontram-se as pequenas fazendas de cebola e criação de mulas. Os tuberculosos em quarentena moram em Zkt. Os outros 37% da população está exilado em campos de concentração estrangeiros cedidos por ditadores amigos.
     Cerca de 95% da vegetação original já foi derrubada para alimentar a outrora fortíssima indústria nacional de palitos de dente. Porém, depois da falência da fábrica, quando da grande epidemia de gengivite aviária que assolou o país em 1999, o governo estuda um projeto pioneiro para reflorestar o país com plantas de plástico.
     Devido à instabilidade das suas fronteiras –por motivos de ética profissional, os cartógrafos só trabalham depois da ingerir duas garrafas de vodka de cebola–, marcadas e remarcadas constantemente, o Zwkrshjistão não aparece em atlas oficiais, mas consta do Guinness book como o "nome de república quase democrática com maior número de consoantes seguidas".

12.5.10

Zwkrshjistão: um berço de tradição

capítulo segundo - etimologia

A origem do nome "Zwkrshjistão" é, assim como a escalação da seleção nacional de dominó de 1987, motivo de constantes e calorosas discussões nas rodas de conversa zwkrshjistanesas. Não há estudos conclusivos sobre o assunto, o que de certa aumenta a aura de mistério que paira sobre essa fascinante nação.
     Segundo uma antiga tradição, o rei Childerico III dos merovíngios, notório apreciador de conserva de cebolinhas, teria visitado a região –ainda inabitada na época– em meados do século VIII, num estudo sobre a possibilidade de transformar esses férteis campos num polo produtor de cebolas baby para consumo pessoal. Perdido, porém, nos labirintos rochosos das Montanhas Hjtwy'y, Sua Majestade teria ficado enjoado com o balanço da mula e dito, antes de regurgitar, a palavra "zwkrshj", que significaria, então, "maldita terra inóspita onde jamais crescerá um pé de cebola". Ironicamente, poucos séculos depois, o Zwkrshjistão despontaria no cenário mundial como o maior produtor de vodka de cebola do planeta, o que mostrou que os conhecimentos de agronomia de Sua Majestade não eram assim tão acurados, e justificando seu título de "o idiota".
     Corre também à boca pequena que "zwkrshj" teria sido a última palavra –registrada por um repórter da imprensa marrom que passava por ali– balbuciada pelo imperador Fgrshjistöj I, quando em suposta reunião importante no Palácio Governamental de Z'ztr, foi encontrado caído sobre uma barraca de arenques defumados, completamente nu a não ser por uma echarpe de poás, debaixo de uma das janelas de madame Jghÿshgr, a famosa cortesã. Tal mal entendido teria dado início à primeira dinastia imperial, além de ter levado a imperatriz a decretar a Lei de Fgrshjstj, que proíbe os cidadãos zwkshjistaneses de trabalharem horas extras sem a presença da esposa no escritório.
     E, mais recentemente, uma versão apresentada pelo filológo monsieur Tnhg'bzë, zwkrshjistanista reconhecido, na sua obra Zwkrshjistanês: idioma ou acidente de dicção? vem causando polêmica e guerrilhas familiares ao norte do país. Defende o estudioso, depois de oitocentas e quarenta e sete páginas de minuciosa argumentação lógico-esotérica, que "zwkrshj" nada mais é que um punhado aleatório de letras criado por um blogueiro, possivelmente da distante América do Sul, numa fase de pouca vida social.
     Mas tudo indica que isso são discussões temporárias. Visando ao fim dos impasses e, com vistas a criar um nome cuja origem todos bem conhecerão, o presidente Tzawsëj Trçakydf, num gesto de desprendimento pessoal, não afasta a possibilidade de uma emenda constitucional que mudará o nome do país para Trçakydfistão. Aguardemos.

10.5.10

Bem-vindos!

capítulo primeiro – introdução

Bem-vindo ao Zwkrshjistão, uma nação feliz, berço do coalho de leite de mula, líder mundial na conversão de urânio radioativo em lâmpadas de abajur infantil e último verbete dos dicionários. Uma terra de ordem, governada pelo presidente Tzawsëj Trçakydf, homem de espírito democrático e progressista.
     Os zwkrshjistaneses herdaram o jeito caloroso e a habilidade de pronunciar mais de cinco consoantes seguidas de seus ancestrais nômades das estepes vermelhas de Çakrtr. São um povo patriota, apaixonado por vodka de cebola e profundamente apegado a valores tradicionais, como família, amizade e assassinatos políticos.
     A baixa procura dos turistas –no ano passado foram quase dezessete– faz do Zwkrshjistão um destino perfeito para quem quer desfrutar de férias em família longe da correria dos grandes centros turísticos e uma escolha especialmente acertada no caso de você estar enfrentando algum tipo de dificuldade judicial.
     Deixe-se envolver pela atmosfera descontraída e levemente sulfurosa desse lugar fabuloso. Aproveite sua estada, aventure-se nas escarpas mortíferas da cordilheira de Zwkrshj, dance uma polka com as taberneiras de Z'zträkosk, aposte as economias para o estudo dos seus filhos numa partida do bom futebol zwkrshjistanês e, como diriam os simpáticos senhores jogadores de dominó dos becos de Blzÿkrshtjr, olwlhchkrasjia sz'ozsye!

6.5.10

Prepare suas malas

(Faz tempo eu não escrevia um editorial...)

Negócio que anda na moda é isso de relançarem coisas que nós já compramos para que compremos de novo. Eu próprio sou muito suscetível a esse tipo de golpe: escreveu "edição comemorativa", "especial de colecionador", "tiragem limitada" ou coisa que o valha na caixa, estou levando. Pois bem.
     Dois anos atrás, o Acepipes escritos publicou, em primeira mão, o Breve guia turístico do Zwkrshjistão. Um fenômeno editorial. A tiragem de nove edições impressas esgotou quase que instantaneamente –só minha vó pediu cinco exemplares autografados– e, depois disso, tenho recebido pedidos insistentes de reedição e/ou continuação, incluindo uma conversa amigável com o correspondente da máfia zwkrshjistanesa no Brasil don Rob Gordon e uma carta gentil de Sua Excelência o Presidente Trçakydf avisando que, homem supersticioso que é, temia que coisas desagradáveis sucedessem caso eu não o fizesse. Decidi seguir o conselho amigo e...
     Senhoras e senhores, sem mais blablablá, tenho a honra de anunciar, a partir de segunda-feira, numa série de doze posts especiais, o Breve guia turístico do Zwkrshjistão: edição definitiva especial de luxo estendida de colecionador. Maior, mais completo e com acabamento de primeira (e mais caro também).
     Olwlhchkrasjia sz'ozsye!

(E quem não me acompanha há tanto tempo e não sabe do que eu estou falando, ficará sabendo na segunda. E, sim, este teaser é um golpe de marketing.)